Texto e fotos: Rodrigo Knack / Aqui Comunika
Após dois anos sem ser realizada, por conta da pandemia, a Festa dos Pescadores no bairro Gravatá de Penha voltou em sua 28ª edição, celebrando a fé, a cultura da pesca e o trabalho que sustenta milhares de famílias do litoral.
Após dois anos sem ser realizada, por conta da pandemia, a Festa dos Pescadores no bairro Gravatá de Penha voltou em sua 28ª edição, celebrando a fé, a cultura da pesca e o trabalho que sustenta milhares de famílias do litoral.
A abertura aconteceu na noite de 14 de abril e a festa segue até o dia 17, a partir das 19 horas, repleta de atrações para as famílias. A Festa dos Pescadores é realizada pela Associação dos Pescadores Evangélicos do Gravatá (APEG), mas recebe com muito carinho a todas as pessoas de boa fé, independente da crença religiosa.
Por conta das incertezas até pouco tempo existentes em relação a realização de eventos, a festa teve a organização, as exposições e apresentações mais modestas que as edições anteriores, de acordo com o superintendente da Fundação Cultural de Penha, Eduardo Bajara. Mesmo assim, nós que estivemos presentes na abertura - pela primeira vez, podemos afirmar que a beleza nos detalhes e o engajamento de todos os que fazem parte da organização fizeram um trabalho simplesmente maravilhoso e encantador.
Resgates culturais
Um destaque especial está na valorização cultural, remetendo aos pioneiros da região, com réplicas de casebres antigos, resgate de memórias dos antepassados que viveram e fizeram a região se desenvolver. Não podemos deixar de destacar a sensação de estar em casa ao chegar na área conhecida como "Casa do Manoeli da Jusefa, Rufina e Chica".
Os moradores que incorporaram estes personagens nos levaram a uma viagem no tempo e com uma simpatia que - sinceramente - não dava vontade de ir embora. Evaldo Caldeira trajado como Manueli, juntamente com Dulcinéia Cipriano como a Jusefa, Edinéia Silva como a Rufina e a linda Sofia Isabela Cordeiro como a Chiquinha receberam os visitantes com um delicioso café feito em fogão a lenha em jarra de cerâmica, pirão com linguiça e um cação defumado que deu vontade de pedir mais (só não fizemos isso em respeito aos demais visitantes, pois dava vontade de comer um quilo de tão bom que estava)...
Nos entornos da casa, um espaço em homenagem aos heróis do mar, com lindos barcos em miniatura, redes de pesca e exposição de aparelhos de comunicação usados nas embarcações ao longo dos anos, além de uma "maquete" aquática com barcos, águas, morros, faróis e empresas de pesca, remetendo ao dia-a-dia dos pescadores. Tudo muito bem feito e impossível de não ficar deslumbrado.
Agradecimentos a Deus e pedidos de proteção
Além da cultura, a Festa dos Pescadores também é um tributo de fé. O culto de abertura foi repleto de emoção e bênçãos, em um espaço repleto de fiéis.
Uma belíssima apresentação artística trouxe pedidos de bênçãos e paz ao Brasil e ao mundo. Impossível não ser tocado pela luz do Espírito Santo e da fé ao som de um hino que pedia: "cura o Brasil, Senhor, para a tua glória". Os fiéis presentes ergueram bandeiras do Brasil e as agitaram juntamente com o grupo que se apresentava, em um bonito pedido fundamental para o nosso país em tempos atuais.
Além do público de Penha, estavam presentes na abertura da Festa do Pescador caravanas de cidades da região como Navegantes, Itajaí e Piçarras e também participantes de São Paulo, Guaratuba, Garopaba e Rio de Janeiro.
O presidente da APEG, Israel Claiton de Lima, comandando a abertura da festa e do culto especial, agradeceu primeiramente a Deus pela oportunidade abençoada dos presentes estarem nesta edição da Festa dos Pescadores. Agradeceu aos pastores que vieram de vários locais do Brasil e as autoridades presentes.
A vice-prefeita de Penha, Maria Juraci Alexandrino, em seu pronunciamento, destacou que "além da cultura a festa também é um ato de evangelização".
Um destaque especial a um belo testemunho de um dos pescadores, que brincou ser mais fácil encarar o mar revolto do que o público em uma apresentação. Ele destacou os desafios diários da profissão, relatou a perda de uma embarcação, os altos custos atuais para o exercício da profissão, mas consagrou tudo a Deus. Destacou que tem como princípio, assim como os apóstolos, só entrar no barco após Jesus.
Outro momento que nos emocionou bastante foi o hino dos pescadores, cantado em coro de forma emocionada pelos presentes. Um momento de muita força no ar, força essa que acompanha a jornada diária desses pescadores que merecem - e muito, reconhecimento e agradecimento.