Com informações da Vatican News
Imagem: Arte IA por Rodrigo Knack / Aqui Comunika
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Na busca por uma Igreja sinodal, missionária e "em saída," o Papa Francisco emitiu a Carta Apostólica na forma Motu Proprio "Ad theologiam promovendam", em 1º de novembro de 2023. O documento representa um marco importante na modernização dos estatutos da Pontifícia Academia de Teologia. Esta academia, canonicamente instituída por Clemente XI em 23 de abril de 1718, com o breve "Inscrutabili," tem como objetivo colocar a teologia a serviço da Igreja e do mundo. Ao longo dos anos, a academia evoluiu como um grupo de estudiosos dedicados a investigar e aprofundar temas teológicos de especial relevância.


O Papa Francisco, em seu pronunciamento, argumenta que é chegado o momento de revisar as normas que regem as atividades da academia para adequá-las à missão que o mundo contemporâneo impõe à teologia. Nesse sentido, o Papa destaca a importância de uma teologia "em saída," que esteja aberta ao mundo e às complexidades da condição humana, abordando problemas, feridas, desafios e potencialidades da sociedade atual.


A reflexão teológica, de acordo com o Papa, deve passar por uma revisão epistemológica e metodológica, promovendo uma "corajosa revolução cultural." Essa teologia deve ser essencialmente contextual, permitindo a interpretação do Evangelho à luz das circunstâncias cotidianas das pessoas, considerando diferentes contextos geográficos, sociais e culturais.


Além disso, a teologia deve buscar o diálogo com diversas tradições e disciplinas, incluindo confissões cristãs e religiões diversas. O Papa enfatiza a importância da transdisciplinaridade, considerando a incorporação de conhecimentos de diferentes campos para comunicar as verdades da fé de maneira relevante e crítica.


O Papa Francisco também destaca a necessidade de uma "teologia popular" que seja misericordiosamente direcionada às feridas da humanidade e da criação, profetizando a esperança de uma realização final. Essa teologia deve ser espiritual, elaborada com adoração e oração, transcendente e atenta à voz do povo.


Na prática, o Papa sugere que a teologia, como um todo, deve assumir um "selo pastoral." Isso significa que a reflexão teológica deve começar a partir das diferentes situações e contextos concretos em que as pessoas vivem, colocando-se a serviço da evangelização e do bem-estar da humanidade.


O presidente da Pontifícia Academia de Teologia, dom Antonio Staglianò, destaca que essa é uma nova missão que envolve todo o povo de Deus. A missão é promover o confronto e o diálogo em todas as áreas do conhecimento, de modo a envolver toda a comunidade de fé na pesquisa teológica, tornando a vida das pessoas mais teologal e espiritual.