Por Arleir Bellieny
Imagem: arte IA por Rodrigo Knack / Aqui Comunika



 Vivemos dias de absoluta agitação e incertezas pelo mundo, mormente pelos países do Oriente Médio, local este que, há 4.000 anos, os conflitos tiveram início com os povos Hebreus que chegaram a Canaã (hoje Palestina) lá encontrando os cananeus e os filisteus, conquistada em uma campanha militar sob o comando de Josué. Tais eventos ficaram marcados por três períodos, a saber: Os Patriarcas, os Juízes e a Monarquia.


Apesar de os historiadores discordarem entre si, o que não muda são os conflitos que marcaram essa região. A guerra sempre esteve presente. É dessa parte do mundo que surgiram grandes personalidades da História Universal, e, no meu parecer, o maior de todos foi e continuará sendo Jesus, filho de Maria e José, o carpinteiro.


Ao contrário de fomentar a discórdia, em disputas frenéticas e sangrentas por posses materiais e poder sobre os povos, proclamou que seu reino não era desse mundo; que todos são irmãos e filhos de um único Pai; que não havia diferença entre ricos e pobres; sexo ou cor da pele; raças ou origens; uma só linhagem; todos são igualmente herdeiros do seu trono; que sua missão na Terra foi separar o joio do trigo e unir os homens de boa vontade, “porque esses serão os bem-aventurados do meu Pai que está nos céus”.


Com o seu poder de autoproclamar-se filho do homem e afirmando que eu e o Pai somos um, disparou a inveja e a revolta das autoridades que não fizeram nenhuma questão de entender o significado de sua mensagem e conspiraram junto ao poderio Romano, até conseguir que fosse preso, torturado e levado ao Calvário para ser crucificado pela turba infamante que o sentenciaram, sem que fosse sequer julgado e sem direito a defenda. Ainda assim afirmou que não veio destruir a Lei, mas, fazer com que ela fosse cumprida.


Na sua estada pela Terra, curou os doentes e enfermos de toda sorte, do corpo e do espírito, praticando o bem e o perdão das ofensas, oferecendo o outro lado da face para os seus agressores pedindo ao Pai que os perdoassem porque eles não sabiam o que estavam fazendo, deixando a cada um seguir o curso da vida que escolheram viver: “A cada um segundo as suas obras”.


Tudo isso aconteceu a mais de 2000 anos. Há 2023 anos para ser exato. Naquele momento Ele mudou o paradigma do “olho por olho, dente por dente” para “amai ao próximo como a ti mesmo, fazei ao outro aquilo que gostaria que fosse feito a você”. Semeando assim a semente profícua do amor pela humanidade como única solução para todos os conflitos, remédio para todos os males; umas caíram em espinheiros e outras entre as pedras, a beira do caminho, poucas, porém, caíram em terreno fértil e deram frutos sazonados.


O Evangelho para todos os povos, cuja máxima amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo, continua sendo propagado aos quatro cantos do planeta pelos homens de boa vontade, para que possa servir de parâmetros para avaliarmos o quanto evoluímos os nossos sentimentos nesses dois milênios; o quanto estamos diferentes daquele povo que crucificou o substrato e a essência do amor e da paz; como estou me comportando diante do meu próximo que não pertence a minha família consanguínea, religião ou partido político; quanto estou disponível para ajustar os meus pensamentos, sentimentos, atos e emoções, para que a harmonia e o equilíbrio possam ser a palavra de ordem do meu existir; por onde vagueiam os meus desejos ocultos? Estou sendo verdadeiro e sincero comigo e com os outros? Posso no fim do dia ao recolher-me para repousar, ter a coragem de fazer a pergunta de Santo Agostinho: “o que fiz hoje que poderei fazer melhor amanhã? O que preciso melhorar em mim?” Estou, de fato construindo a Paz?


“A Paz do Mundo
Começa em mim
Se eu tenho amor
Com certeza sou feliz
Se eu faço o bem
Ao meu irmão
Tenho a grandeza dentro do meu coração
Chegou a hora da gente construir a Paz
Ninguém suporta mais o desamor
Paz pela paz, pelas crianças, pelas florestas, pela coragem de mudar, pela justiça, pela liberdade, pela beleza de te amar, pro mundo novo, a esperança.
Paz pela Paz”

(*) Letra da canção de Nando Cordel – Paz pela Paz.