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Rodrigo Knack / Editor
O segundo dia da terceira edição do Encontro de Turismo Destino Penha-SC trouxe mais uma programação intensa, começando com uma tarde de apresentação de atrativos e expositores apoiadores, com direito a degustações, passeios e até rapel pelo Kartódromo Internacional Beto Carrero, que sediou o evento em 23 de outubro.
Ao início da noite, os presentes participaram de um coquetel que marcou a transição para o 1º Fórum Municipal de Turismo, com a proposta de conhecer, analisar, discutir e pensar o futuro do setor para a cidade. Parte dos integrantes da Banda Municipal de Penha se apresentou para abrir oficialmente o evento. Hoje com 35 alunos, a banda executou o Hino Nacional, o Hino de Penha e até músicas de sucesso como "Stand by Me" de Ben.E.King e "Take on me", do A-ha.
Rodrigo Knack / Editor
O segundo dia da terceira edição do Encontro de Turismo Destino Penha-SC trouxe mais uma programação intensa, começando com uma tarde de apresentação de atrativos e expositores apoiadores, com direito a degustações, passeios e até rapel pelo Kartódromo Internacional Beto Carrero, que sediou o evento em 23 de outubro.
Ao início da noite, os presentes participaram de um coquetel que marcou a transição para o 1º Fórum Municipal de Turismo, com a proposta de conhecer, analisar, discutir e pensar o futuro do setor para a cidade. Parte dos integrantes da Banda Municipal de Penha se apresentou para abrir oficialmente o evento. Hoje com 35 alunos, a banda executou o Hino Nacional, o Hino de Penha e até músicas de sucesso como "Stand by Me" de Ben.E.King e "Take on me", do A-ha.
Abrindo o fórum, a coordenadora do Núcleo de Turismo da Acipen, Elaine Iwamoto, afirmou que o objetivo do evento é democratizar o turismo e avançar nas discussões para a elaboração do Plano Municipal de Turismo. Assumindo oficialmente a presidência do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Elaine destacou a parceria entre público, privado e sociedade civil. "O Comtur é para juntar e fazer com que as coisas aconteçam de uma forma única", ressaltou.
Elaine também defendeu a ideia de que o Comtur seja um fórum permanente e deliberativo em turismo, buscando comprometimento de todos os setores envolvidos com o turismo, promovendo o destino e mobilizando a sociedade, para que se engaje e se torne um agente de promoção do turismo.
O Secretário Municipal de Turismo de Penha, Cleber Marciel Neumann, parabenizou o trabalho do núcleo na elaboração do evento. Defendeu que as reuniões do Comtur sejam abertas para que a sociedade possa opinar, o que considerou fundamental. Cleber, que estava como presidente, passa agora a vice-presidente do Comtur, representando o governo municipal.
Avanços
Cleber Neumann foi o primeiro a se apresentar, trazendo as ações que a secretaria vem desenvolvendo e as conquistas que a cidade conseguiu nos últimos anos. Citou exemplos como o Protur, Programa de Turismo Sustentável, a inclusão de Penha no Mapa do Turismo Brasileiro, o Programa Bandeira Azul, hoje com 3 praias habilitadas e a conquista do Nível Prata do selo Green Destinations.
O Turismo de natureza foi um dos grandes projetos, para que fosse sustentável e com investimento baixo, incluindo os mirantes, lixeiras e as belas placas entalhadas com madeiras reaproveitadas. Cleber ainda destacou os banheiros públicos nas praias, as diversas rotas turísticas desenvolvidas, a promoção do destino através de participação em feiras e eventos de turismo, a promoção e apoio a eventos esportivos, além dos programas de capacitação e de educação junto aos estudantes do município, unindo turismo, cultura e educação ambiental.
Consolidação
A Doutora em Turismo e Hotelaria, Marlene Huebes Novaes, trouxe informações de relevância para os passos na elaboração do Plano Municipal de Turismo e a consolidação de Penha como destino turístico. Para ela, a cidade avançou muito e o turismo cresceu, mas agora é o momento da consolidação e é preciso envolver toda a cadeia produtiva, o que considera um desafio.
Marlene usou como exemplo os desafios em desenvolver o Plano de Turismo Brasileiro, da qual integrou comissão. Para ela, é preciso pensar em sustentabilidade, geração de empregos e renda mas a qualificação é a necessidade fundamental em qualquer destino turístico.
A professora defendeu que criar envolvimentos voltados a fazer com que o visitante viva a experiência de estar no destino também é um formato que pode consolidar uma cidade ou região como destino turístico. "A experiência do turista passa por qualidade de produtos e serviços e criatividade", observou. Além disso, investir na educação para os estudantes sobre a história, a cultura e o turismo também são um caminho para a consolidação. "Um destino deve ser confiável, atrativo, de qualidade, com valor agregado, deve mostrar a valorização dos saberes e fazeres locais", complementou.
A professora defendeu que criar envolvimentos voltados a fazer com que o visitante viva a experiência de estar no destino também é um formato que pode consolidar uma cidade ou região como destino turístico. "A experiência do turista passa por qualidade de produtos e serviços e criatividade", observou. Além disso, investir na educação para os estudantes sobre a história, a cultura e o turismo também são um caminho para a consolidação. "Um destino deve ser confiável, atrativo, de qualidade, com valor agregado, deve mostrar a valorização dos saberes e fazeres locais", complementou.
A doutora em Turismo e Hotelaria destacou que, nesta fase de consolidação, o destino já sabe dos potenciais, mas é preciso ter o mapeamento de como o turismo começou, ter os dados e aí começar a buscar o que deve ser feito. E o plano deve ser bem feito, nas esferas de plano diretor, de turismo e de infraestrutura, com prazos, metas e incentivos públicos de forma a atrair investimentos.
"Observem as oportunidades que vocês têm e onde querem chegar, que produtos e experiências que vocês querem apresentar e que sejam diferenciados dos municípios da região". Marlene Huebes deu a sugestão de um plano para 10 anos e que seja consistente. "Que produtos competitivos nós temos?", deixou a pergunta aos presentes.
"Observem as oportunidades que vocês têm e onde querem chegar, que produtos e experiências que vocês querem apresentar e que sejam diferenciados dos municípios da região". Marlene Huebes deu a sugestão de um plano para 10 anos e que seja consistente. "Que produtos competitivos nós temos?", deixou a pergunta aos presentes.
Cultura como atrativo
O Superintendente da Fundação Cultural Municipal Picucho Santos, Eduardo Bajara de Souza, trouxe um levantamento das diversas manifestações culturais que Penha tem e que podem se tornar bons atrativos turísticos. Destacou que muitos desses saberes e fazeres vêm resgatando tradições passadas há gerações.
O pesquisador fez um comparativo entre os diferentes tipos de manifestações culturais e a importância para a identidade de um povo ou localidade. Destacou algumas manifestações centenárias de Penha, entre elas a puxada do Mastro de São Sebastião, em janeiro, que tem quase 300 anos, as festas juninas na capela histórica, consideradas as mais antigas da cidade, e a Festa do Divino Espírito Santo, existente em Penha desde 1836 e mobilizando também as cidades de Itajaí, Navegantes e Balneário Piçarras.
Bajara lembrou ainda dos blocos de carnaval tradicionais, assim como a encenação da Paixão de Cristo, a Festa dos Pescadores da Apeg, existente desde 1994, além da literatura popular, com diversos autores que exaltam a história e a cultura de Penha em versos, prosas e ficções.
O Superintendente da Fundação Cultural Municipal Picucho Santos, Eduardo Bajara de Souza, trouxe um levantamento das diversas manifestações culturais que Penha tem e que podem se tornar bons atrativos turísticos. Destacou que muitos desses saberes e fazeres vêm resgatando tradições passadas há gerações.
O pesquisador fez um comparativo entre os diferentes tipos de manifestações culturais e a importância para a identidade de um povo ou localidade. Destacou algumas manifestações centenárias de Penha, entre elas a puxada do Mastro de São Sebastião, em janeiro, que tem quase 300 anos, as festas juninas na capela histórica, consideradas as mais antigas da cidade, e a Festa do Divino Espírito Santo, existente em Penha desde 1836 e mobilizando também as cidades de Itajaí, Navegantes e Balneário Piçarras.
Bajara lembrou ainda dos blocos de carnaval tradicionais, assim como a encenação da Paixão de Cristo, a Festa dos Pescadores da Apeg, existente desde 1994, além da literatura popular, com diversos autores que exaltam a história e a cultura de Penha em versos, prosas e ficções.
Turismo é negócio
Encerrando as apresentações do 1º Fórum Municipal de Turismo, o Doutor em Desenvolvimento Turístico, Eduardo Mielke, especialista em preparação de municípios e regiões através de Conselhos Municipais de Turismo e Conventions Bureaux, trouxe o tema "Por que e como algumas cidades se tornam boas de investimento enquanto outras só ficam no 'temos potencial?'"
Chegou jogando questionamentos: "O quanto a cidade está preparada para atrair investimentos?". Isso vale desde a limpeza urbana ou uma praça e passa por qualificação dos trabalhadores do turismo para prestar informações aos visitantes. "Quanto é o comprometimento do município e a continuidade?", questionou Mielke, ao lembrar que muitas boas ideias acabam nas trocas de governos.
Para Mielke, a qualidade do visitante depende de como a cidade se vende e, para ele, não dá para esperar que a prefeitura faça a divulgação, o empresariado é que precisa assumir essa responsabilidade. Acrescentou que a divulgação do município deve passar por conselhos, para que o empresariado possa se manifestar sobre qual tipo de turista quer.
O Doutor em Desenvolvimento Turístico enfatizou que o empresário precisa saber "jogar o jogo" que faz o turismo da cidade ter credibilidade. O poder público não deve ser o fator decisório nisso, ficando com a parte que lhe é de responsabilidade: planos diretores, infraestrutura e a criação de condições para que o empresariado possa investir. "A esperança da evolução do turismo não está no público, está no privado", pontuou Mielke.
O "jogo do turismo", segundo ele, é a valorização das parcerias como os comissionamentos de agentes e guias, a integração com a comunidade, a capacitação dos funcionários. Se o empresário não tem essa visão, por melhor que pareça ser o estabelecimento, só ajuda a estragar a imagem da cidade toda como destino.
Para Mielke, são 4 caminhos para mudar uma cidade como destino turístico:
- Engajamento empresarial, quando há um "cooperar para competir" e um ambiente favorável.
- Os papéis da iniciativa pública e privada devem ser claros, com compartilhamento de responsabilidades.
- Deve haver melhorias no nível dos debates sobre turismo. Isso ocorre a partir das definições das responsabilidades: Comtur fala de mercado, prefeitura de projetos e empresariado fala de estratégias coletivas para ganhos individuais.
- A prefeitura deve funcionar em todos os níveis, com segurança jurídica para investimentos, planos diretores com zonas de interesse turistico, planos de mobilidade e códigos de postura.
Ao agradecer e, assim, fechar o 1º Fórum de Turismo de Penha, Eduardo Mielke deixou o recado fundamental: "Turismo é no município. Turismo é negócio. Regiões fortes se fazem com municípios fortes e não o contrário".